sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ARTISTAS BRASILEIROS

Biografia de Lívio Abramo

Lívio Abramo (Araraquara / SP, 1903 – Assunção / Paraguai, 1992) filho de pais italianos, ele, os irmãos e irmãs cresceram em um ambiente especial e tornaram-se artistas, jornalistas e intelectuais, cujas contribuições foram importantes para o cenário cultural brasilero. Segundo Abramo, seus pais foram sua principal influência artística, pois, ambos sensíveis às Artes, incentivavam os filhos à frequentarem eventos artísticos gerais.

Seu sonho era ser arquiteto, mas problemas financeiros o impediram de concretizar seu ideal. Sua “fuga” foi se especializar na técnica da gravura, o que, para ele compensou a frustração; e foi no autodidatismo que aprimorou seu conhecimento e apaixonou-se por essa arte.

Foi pela influência de gravuras expressionistas alemãs de Kathe Kollwitz entre outros que ele disse: - É isso que eu quero fazer!

Interessava-se por Comunismo, Trotskismo e Socialismo. Nesse época colaborava fazendo ilustrações para tablóides sindicalistas. Depois foi expulso do Partido Comunista acusado de trotskismo.

Só foi reconhecido artisticamente quando suas xilogravuras alcançaram uma riqueza impressionante de detalhes precisos.

Ganhou diversos prêmios como o de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Belas Artes, em 1950, o 1º. Prêmio de Gravura da 2ª Bienal de São Paulo, em 1953 e algumas honrarias como a ordem do Rio Branco.

Lívio possuia uma personalidade forte, uma integridade inabalada e inteligência abrangente. Produziu gravuras, desenhos, charges, design de objetos, textos críticos, aulas e curadoria de exposições.

Em 1931, foi contratado pelo jornal Diário da Noite, para fazer desenhos comentando os principais acontecimentos do dia (suas charges).

Teve a honra de participar das transformações culturais não somente de seu país, como de conviver na realidade de outro país – o Paraguai. Passou metade de sua vida no Brasil e a outra metade no Paraguai.

Na década de 50 foi convidado para integrar a Missão Cultural Brasil Paraguai; participou da Fundação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai e fundou o Estúdio de Gravura, que segundo sua irmã Lélia Abramo foi uma de suas mais importantes realizações.

Teve contato com diversos artistas renomados como: Oswaldo Goeldi, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Portinari, Bruno Giorgi, entre outros importantes artistas.
Lívio Abramo - Homem Sentado 
Homem Sentado
13 x 16 cm
Xilogravura




BIOGRAFIA DE ANTÔNIO HENRIQUE ABREU AMARAL



Antônio Henrique Abreu Amaral nasceu no ano de 1935. É formado em Direito pela Universidade de São Paulo.

Iniciou sua formação artística em 1952, na Escola do Museu de Arte de São Paulo, MASP, com Roberto Sambonet. Estudou gravura com Lívio Abramo no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM/SP, em 1956. No ano seguinte, realiza a primeira exposição individual de gravura neste museu. Em 1958, viaja para a Argentina e Chile, realiza diversas exposições e entra em contato com Pablo Neruda, Arturo Edwards, Rodolfo Ofazo e Mario Carreño. Vai para os Estados Unidos em 1959 onde, além de expor em Washington, aperfeiçoa-se em gravura com Shiko Munakata e W. Rogalsky, no Pratt Graphics Center, em Nova York. Volta ao Brasil em 1960 e trabalha como assistente de Alfredo Bonino, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Conhece Portinari, Bandeira, Djanira e Goeldi. Em 1961 volta para São Paulo, trabalha como redator e contato publicitário sem abandonar a atividade artística.

Após o golpe militar de 1964, sua obra passa a incorporar uma temática social agressiva. Em 1967 lança o livro O Meu e o Seu, na Galeria Mirante, com apresentação e texto de Ferreira Gullar e capa de Rubens Martins, e inicia seu trabalho em pintura.Nesse mesmo ano faz a primeira mostra individual de pintura, a série Bocas, na Galeria Astréia, em São Paulo.

Entre 1968 e 1975 elabora a série Bananas, composta de litografias e pinturas. É nesta fase que troca gradativamente a gravura pela pintura. Em 1971, com o prêmio de viagem ao exterior recebido no Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, vai para Nova York e retorna ao Brasil em 1975. Nesse período realiza exposições nos Estados Unidos, entre outros países. Quando volta ao Brasil revitaliza sua pintura e chega gradativamente à pintura abstrata.

Expressionista, em suas gravuras desenvolveu uma temática social agressiva, transposta depois para a pintura. No final da década de 60 e no transcorrer da década seguinte, desenvolve a fase das bananas, numa aproximação às idéias veiculadas pelo Tropicalismo e, numa referência mais remota às figuras antropofágicas de Tarsila do Amaral, com a mesma pujança cromática que se verifica suas telas atuais mais próximas do ideário surrealista. Esta fase é constituída de duas séries, a primeira denominada Brasiliana, que vai até 1973 e a segunda, Campos de Batalha.

Expões com regularidade em várias capitais do Brasil, apresentando-se também em individuais, salões e coletivas no exterior.
Vive e trabalha em São Paulo.

CRONOLOGIA

1935 – Nasceu em São Paulo.

1952 – Estuda desenho com Roberto Sambonet, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM/SP.

1954 – Ingressa na Faculdade de Direito.

1958 – Faz sua primeira exposição individual de gravuras no Museu de Arte Moderna.

1959 – Vai para os Estados Unidos.

1961 – Volta para São Paulo e trabalha como redator de publicidade.

1964 – Golpe Militar.

1966 – Começa a pintar a óleo. Inicia a série “Bocas”.

1967 – Publica o álbum de gravuras “O meu e o Seu”. Faz sua primeira individual em pintura, na Galeria Astréia, com a série “Bocas”.

1971 – Ganha o prêmio de viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Expõe as “Bananas” na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro.

1975 – Volta ao Brasil.

1978 – Participa da Bienal de Arte Latino-Americana de São Paulo.

1983 – Exposição “Caminhos de Ontem – Trabalhos de Hoje”, na Galeria Bonfiglioli, em São Paulo.

1989 – Vence o concurso para a criação do “Painel Bandeirantes”. Nesse ano trabalha na execução do painel.

1993 – Realiza a série dos “teatros” que são expostos no Museu de Arte moderna de São Paulo.

1995 – Desenvolve a série dos torsos, corpos e bambus.

1997 – Vive e trabalha em São Paulo.


*FOTO: MILLIET, Maria Alice / SULLIVAN, Edward J. / MORAIS, Frederico. Antonio Henrique Amaral: Obra em Processo (pág. 6). DBA; São
Paulo, 1997.


Antonio Henrique Abreu Amaral - Naufrágio
Naufrágio
Tronco com Espinhos










terça-feira, 18 de setembro de 2012

Arte Contemporânea







Definição

Os balanços e estudos disponíveis sobre arte contemporânea tendem a fixar-se na década de 1960, sobretudo com o advento da arte pop e do minimalismo, um rompimento em relação à pauta moderna, o que é lido por alguns como o início do pós-modernismo. Impossível pensar a arte a partir de então em categorias como "pintura" ou "escultura". Mais difícil ainda pensá-la com base no valor visual, como quer o crítico norte-americano Clement Greenberg. A cena contemporânea - que se esboça num mercado internacionalizado das novas mídias e tecnologias e de variados atores sociais que aliam política e subjetividade (negros, mulheres, homossexuais etc.) - explode os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. -, desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. Interpelam criticamente também o mercado e o sistema de validação da arte.Tanto a arte pop quanto o minimalismo estabelecem um diálogo crítico com o expressionismo abstrato que as antecede por vias diversas. A arte pop - Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg e outros - traduz uma atitude contrária ao hermetismo da arte moderna. A comunicação direta com o público por meio de signos e símbolos retirados da cultura de massa e do cotidiano - histórias em quadrinhos, publicidade, imagens televisivas e cinematográficas - constitui o objetivo primeiro de um movimento que recusa a separação arte e vida, na esteira da estética anti-arte dos dadaístas e surrealistas. Trata-se também da adoção de outro tipo de figuração, que se beneficia de imagens, comuns e descartáveis, veiculadas pelas mídias e novas tecnologias, bem como de figuras emblemáticas do mundo contemporâneo, a Marilyn Monroe de Andy Warhol, por exemplo. A figuração é retomada, com sentido inteiramente diverso, nos anos 1980 pela transvanguarda, no interior do chamado neo-expressionismointernacional. O minimalismo de Donald Judd, Tony Smith, Carl Andre e Robert Morris, por sua vez, localiza os trabalhos de arte no terreno ambíguo entre pintura e escultura. Um vocabulário construído com base em idéias de despojamento, simplicidade e neutralidade, manejado com o auxílio de materiais industriais, define o programa da minimal art. Uma expansão crítica dessa vertente encontra-se nas experiências do pós-minimalismo, em obras como as de Richard Serra e Eva Hesse. Parte da pesquisa de Serra, sobretudo suas obras públicas, toca diretamente às relações entre arte e ambiente, em consonância com uma tendência da arte contemporânea que se volta mais decididamente para o espaço - incorporando-o à obra e/ou transformando-o -, seja ele o espaço da galeria, o ambiente natural ou as áreas urbanas. Preocupações semelhantes, traduzidas em intervenções sobre a paisagem natural, podem ser observadas na land art de Walter De Maria e Robert Smithson. Outras orientações da arte ambiente se verificam nas obras de Richard Long e Christo.Se os trabalhos de Eva Hesse não descartam a importância do espaço, colocam ênfase em materiais, de modo geral, não rígidos, alusivos à corporeidade e à sensualidade. O corpo sugerido em diversas obras de E. Hesse - Hang Up, 1966 - toma o primeiro plano no interior da chamada body art. É o próprio corpo do artista o meio de expressão em trabalhos associados freqüentemente a happenings e performances. Nestes, a tônica recai, uma vez mais, sobre o rompimento das barreiras entre arte e não-arte, fundamental para a arte pop, e sobre a importância decisiva do espectador, central já para o minimalismo. A percepção do observador, pensada como experiência ou atividade que ajuda a produzir a realidade descoberta, é largamente explorada pelas instalações. Outro desdobramento direto do minimalismo é a arte conceitual, que, como indica o rótulo, coloca o foco sobre a concepção - ou conceito - do trabalho. Sol LeWitt em seus Parágrafos sobre Arte Conceitual (1967), esclarece: nessas obras, "a idéia torna-se uma máquina de fazer arte". É importante lembrar que o uso de novas tecnologias - vídeo, televisão, computador etc. - atravessa parte substantiva da produção contemporânea, trazendo novos elementos para o debate sobre o fazer artístico.Os desafios enfrentados pela arte contemporânea podem ser aferidos na produção artística internacional. Em relação ao cenário brasileiro, as Bienais Internacionais de São Paulo ajudam a mapear as diversas soluções e propostas disponíveis nos últimos anos. Na década de 1980, a exposição Como Vai Você, Geração 80?, no Parque Lage, Rio de Janeiro, e a participação dos artistas do Ateliê da Lapa e Casa 7 na Bienal Internacional de São Paulo, em 1985, evidenciam as pesquisas visuais.

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